quinta-feira, 26 de setembro de 2013

A praça dos Bombeiros

Segundo a notícia "Um problema noturno" [1]os principais problemas apontados por frequentadores da Praça dos Bombeiros são "barulho à noite e acúmulo de lixo pela manhã". E são problemas para todos aqueles que gostam de praças, parques, e a boa companhia dos conterrâneos.

Talvez possamos sugerir uma solução. É claro que temos vários exemplos de praças "que funcionam" em outros lugares. Mas não precisamos ir longe: podemos usar os nossos exemplos!

Você deixaria a sua residência aberta durante a noite?
(Você deixaria a sua residência aberta durante o DIA?)
Provavelmente não, e pelo mesmo motivo que eu: é possível que algum conterrâneo esteja disposto a se aproveitar para causar um dano!

Uma solução seria usar na praça a mesma estratégia que usamos em nossa residência: manter fechada durante a noite! E é claro, vigiada durante o dia.

Para ilustrar como isso funciona, sugiro uma visita às praças dos clubes de Santa Maria. Elas são monitoradas durante o dia, e fechadas durante a noite. A presença constante de fiscalização leva a jardins, bancos e brinquedos em estado exemplar durante todo o ano.

[1] http://www.clicrbs.com.br/dsm/rs/impressa/4,38,4227926,22525 , acessado em 24/Setembro/2013. Cópia em http://goo.gl/WavRJV

sexta-feira, 20 de setembro de 2013

Reserva de vagas na UFSM

     A UFSM deve em breve reservar 50% de suas vagas para alunos de escolas públicas [1]. O objetivo de reservar vagas é garantir aos estudantes de escolas públicas o acesso à UFSM. E de acordo com o Manual do Candidato "O candidato que não alcançar o ponto de corte na Ação Afirmativa de sua opção passa a concorrer pelo Sistema Universal".

     No processo seletivo de 2012, o número de inscritos / vagas para o curso de Odontologia (um dos mais procurados, com mais de mil inscritos) foi o seguinte [2]: 1.074 inscritos (480 alunos de escola pública, 594 no sistema universal), para 57 vagas (14 para alunos de escola pública, 43 para o sistema universal).
     A reserva de vagas para escolas públicas é feita em quatro níveis, porém aqui analisamos apenas os dois mais procurados: EP1 (escola pública, cota social) e EP2 (escola pública).
     Para EP1, os 6% melhores ingressarão (7 vagas para 114 inscritos).
     Para EP2, os 2% melhores ingressarão (7 vagas para 366 inscritos).
     Para SU, os 4% melhores ingressarão (43 vagas para 1.060 inscritos, que incluem os 594 originais e mais todos os outros que não ingressaram em EP1 ou EP2).
     Ou seja, para parte dos alunos de escola pública, foi mais fácil ingressar pelo sistema universal do que pelo sistema de reserva de vagas.

     Esta distorção pode ser demonstrada pelos pontos de corte [3]. O ponto de corte é a nota do último candidato aprovado na primeira etapa do concurso, que seleciona um número de candidatos até 3 vezes o número de vagas do curso. Os pontos de corte foram EP2 = 84,714, SU = 81,429, e EP1 = 74,643.

     Ou seja, é certo que parte dos candidatos que passaram o ponto de corte em SU, não passariam o ponto de corte em EP2. Podemos concluir que a reserva de vagas funciona apenas parcialmente, pois parte dos alunos de escolas públicas enfrenta uma concorrência maior para ingressar pelo sistema de reserva de vagas, do que enfrentaria pelo sistema universal.

     Em concursos onde o ponto de corte em EP2  (ou EP1) é maior do que em SU, a reserva de vagas tem apenas o efeito de onerar o sistema de cálculo de notas, sem ajudar os alunos de escolas públicas, por duas razões:
1) mesmo o último classificado em EP2 seria contemplado em SU;
2) concorrentes em SU, com rendimento abaixo do ponto de corte em EP2, são aprovados na primeira etapa.

     Abaixo, uma lista com parte dos cursos onde se observa que o ponto de corte em EP2 (ou em EP1) é maior do que em SU:

Administração diurno: EP2 = 63,214 >  SU = 60,000
Ciência da computação bacharelado: EP2 = 70,429 > EP1 = 67,000 > SU = 58,429
Dança: EP2  = 68,429 > SU = 56,429
Direito diurno: EP2 = 101,429 > SU = 93,571
Enfermagem: EP2 = 71,357 > EP1 = 62,214 > SU = 56,214
Farmácia: EP1 = 63,429 > EP2 = 50,429 > SU = 30,00
Geografia bacharelado: EP2 = 52,429 > EP1 = 36,000 > SU = 35,286
História bacharelado e licenciatura: EP2 = 53,286 > EP1 = 43,357 > SU = 39,143
Letras espanhol e literaturas licenciatura noturno: EP2 = 45,214 > EP1 = 43,000 > SU = 39,214
Medicina: EP2 = 117,714 > SU = 115,571
Medicina veterinária: EP2 = 78,357 > EP1 = 70,429 > SU = 69,571
Química bacharelado: EP2 = 52,214 > EP1 = 42,214 > SU = 36,214
Relações internacionais: EP2 = 85,500 > SU = 76,000
Serviço social bacharelado noturno: EP2 = 50,214 > EP1 = 41,071 > SU = 29,286
Sistemas de informação: EP2 = 48,429 > 37,286
Tecnologia em alimentos: EP1 = 37,143 > EP2 = 36,214 > SU = 30,071
Zootecnia: EP2 = 54,000 > SU = 34,143

     Abaixo, a lista dos únicos cursos onde o ponto de corte em SU foi maior do que em EP1 e EP2 no vestibular de 2012 , e onde o sistema de reserva de vagas pode estar funcionando.

Arquivologia
Artes visuais bacharelado em desenho e plástica
Educação especial licenciatura diurno
Engenharia mecânica
Matemática bacharelado e licenciatura diurno
Música e tecnologia bacharelado
Pedagogia licenciatura diurno
Química industrial
Teatro licenciatura

[1] Escolas públicas (http://lsdorneles.blogspot.com.br/2012/08/escolas-publicas.html), acessado em 20/Setembro/2013.
[2] Relação candidato/vaga 2012 (http://www.coperves.ufsm.br/concursos/vestibular_2012/arquivos/Vestibular_2012_Nova_Relacao_Candidato_Vaga.pdf), acessado em 20/Setembro/2013, cópia em http://goo.gl/UZmuvf
[3] Pontos de corte 2012 (http://www.coperves.ufsm.br/concursos/vestibular_2012/arquivos/PontodeCorte.pdf), acessado em 20/Setembro/2013, cópia em http://goo.gl/IPR2ut

domingo, 15 de setembro de 2013

Ônibus versus carros

O congestionamento no trecho Cidade Campus é causado pelo grande número de carros.

Para cada ônibus a mais no trajeto Cidade - Campus, são vários carros a menos. Por exemplo, se temos em média duas pessoas por carro, então para cada ônibus lotado com aproximadamente 60 pessoas, temos em média 30 carros a menos.

Se o problema é o congestionamento, e se queremos resolver este problema, a solução é óbvia: precisamos de MAIS ônibus e de MENOS carros neste trajeto.

Ônibus para o Campus

Originalmente publicado em 03/Setembro/2013
http://goo.gl/V2ChUU

UFSM hoje conta com mais de 28.000 alunos e mais de 4.500 servidores. Destes, uma parte necessita se locomover da Cidade até o Campus.

Se entre as 6.58 e as 8.18 saem apenas 3 ônibus (um em cada horário) do terminal dos Bombeiros, e sabendo que a lotação razoável de um ônibus no horário movimentado é de aproximadamente 60 pessoas (40 sentadas, 20 em pé), então teremos 180 pessoas chegando no Campus antes das 9.00 (supondo uma viagem de 40 minutos). Se forem 2 ônibus por horário, 360 pessoas. 3 ônibus por horário, 540 pessoas. E assim por diante. Mesmo que o terminal dos Bombeiros tenha 3 ônibus por horário, não vai conseguir levar mais do que 540 pessoas (para chegar antes das 9.00) até o Campus. Muitas aulas iniciam às 7.30, e neste caso não há ônibus deste terminal capaz de chegar lá a tempo.

Quanto aos outros terminais, é importante saber quantos ônibus saem em cada horário para determinar quantas pessoas podem ser transportadas. Mas mesmo que 30 ônibus saíssem do centro em um mesmo horário, por exemplo às 7.00, teríamos menos de 1.800 pessoas chegando ao Campus perto das 7.40. Este número é grande, mas provavelmente menor do que a parcela de estudantes/servidores (uma parte das mais de 30.000 pessoas) querendo chegar ao Campus antes das 8.00.

As perguntas que devemos responder para determinar com precisão o tipo de solução para o transporte das pessoas da Cidade até o Campus são:
1) quantas pessoas querem ir da Cidade para o Campus?
2) À que horas elas querem estar lá?

Se o transporte coletivo não responder a estas perguntas, as pessoas simplesmente usarão seus carros, como têm feito até agora.