quinta-feira, 1 de maio de 2014

Reserva de vagas no vestibular UFSM 2013


A UFSM deve em breve reservar 50% de suas vagas para alunos de escolas públicas [1].

No entanto, o atual sistema de reserva de vagas da UFSM não teve efeito no vestibular UFSM 2013, a não ser em dois cursos.

No vestibular UFSM 2013, para parte dos alunos de escola pública, foi mais fácil ingressar pelo sistema universal (SU) do que pelo sistema de reserva de vagas (EP1A, EP1, EP2A, ou EP2). Esta distorção pode ser demonstrada pelos pontos de corte [2]. O ponto de corte é a nota do último candidato aprovado na primeira etapa do concurso.

Por exemplo, na Odontologia os pontos de corte foram EP2 = 80, SU = 71, e EP1 = 71.

Ou seja, parte dos candidatos que passaram o ponto de corte em SU, não passariam o ponto de corte em EP2. Podemos concluir que a reserva de vagas não funciona, pois parte dos alunos de escolas públicas enfrenta uma concorrência maior para ingressar pelo sistema de reserva de vagas do que enfrentaria pelo sistema universal.

Em concursos onde o ponto de corte em EP é maior do que em SU, a reserva de vagas tem apenas o efeito de onerar o sistema de cálculo de notas, sem ajudar os alunos de escolas públicas, por duas razões:
1) mesmo o último classificado em EP seria contemplado em SU;
2) concorrentes em SU, com rendimento abaixo do ponto de corte em EP, são aprovados na primeira etapa.

Em apenas dois cursos o ponto de corte em SU foi maior do que em EP no vestibular UFSM 2013 , e onde o sistema de reserva de vagas pode estar funcionando.

Letras - inglês e literaturas - licenciatura
Química bacharelado

Para exemplificar, veja abaixo uma pequena lista com alguns dos cursos onde se observa que o ponto de corte em EP é maior do que em SU. Lista completa em [2].

Administração diurno: EP2 = 61 >  EP1 = 58 > SU = 56
Ciência da computação bacharelado: EP2 = 71 > SU = 61
Dança: EP2A  = 76 > EP1A = 64 > EP2 = 48 > EP1 = 44 > SU = 43
Direito diurno: EP2 = 88 > SU = 85
Educação especial licenciatura diurno: EP2 = 45 > EP2A = 40 > EP1 = 34 > SU = 32
Enfermagem: EP2 = 60 > EP1 = 55 > EP1A = 49 = SU = 49
Farmácia: EP1 = 50 > EP2A = 46 > EP2 = 43 > EP1A = 42 > SU = 37
Geografia bacharelado: EP1 = 64 > EP2 = 55 > SU = 31
História bacharelado e licenciatura: EP2 = 64 > EP1 = 52 > SU = 51
Letras espanhol e literaturas licenciatura noturno: EP2A = 71 > EP1A = EP2 = 51 > SU = 42
Medicina: EP2 = 115 > SU = 112
Medicina veterinária: EP2 = 73 > SU = 68
Pedagogia: EP1A = EP2 = 37 > SU = 36
Química licenciatura: EP1 = 48 > SU = 43
Relações internacionais: EP2 = 73 > SU = 62
Serviço social bacharelado noturno: EP1 = 48 > EP2A = 44 > EP1A = 38 > EP2 = 32 > SU = 29
Sistemas de informação: EP2 = 64 > EP2A = 45 > SU = 42
Teatro licenciatura: EP1 = 43 > SU = 33
Zootecnia: EP1A = 53 > EP1 = 45 > SU = 39

[1] Escolas públicas (http://lsdorneles.blogspot.com.br/2012/08/escolas-publicas.html), acessado em 20/Setembro/2013.
[2] Pontos de corte 2013 (http://www.coperves.ufsm.br/concursos/vestibular_2013/arquivos/vestibular_2013_ponto_de_corte.pdf), acessado em 01/Maio/2014, cópia em http://goo.gl/9WYBNv

sábado, 29 de março de 2014

A praça

Originalmente publicado em 20/03/2014
http://goo.gl/kFLbYX

Talvez a solução para a Praça Saturnino de Brito seja mais simples do que pensamos. Tentarei mostrar que é possível “transformar este limão em uma limonada”. Os jovens adoram a praça. Ou melhor, os jovens adoram “o Brahma”. Somente quem não vai lá chama o local de praça. Mesmo os jovens que não têm idade para beber ou que não vão lá conhecem o local por “o Brahma”. E aquela reunião é um evento. É o carnaval do fim de tarde. Se tivéssemos idade e disposição, talvez também estivéssemos lá. Mas aquela reunião não traz só alegria, e, assim como muita gente se diverte, muita gente sofre.

Todo mundo já ouviu falar na dificuldade de construir um “ponto”. E as junções de rua sempre aconteceram naquela região (lembram do “Zip Dog” e outros?). Ou seja, o “negócio” está ali, só esperando a comunidade organizá-lo e tirar proveito. E com organização e muito trabalho, talvez seja possível. E o “ponto” é ali mesmo, inclusive, por ser uma região residencial que fica perto do Centro. Parte dos frequentadores mora por ali.

A cidade poderia “lucrar” com aquele ambiente. Não apenas em R$, mas principalmente em cultura. Afinal, aquele local é uma extensão de todas as nossas várias escolas e universidades. E, certamente ali, como em qualquer intervalo entre aulas, além de grandes amizades, também podem nascer grandes ideias. É exatamente pelo clima descontraído que os jovens querem ficar ali até a madrugada.

Mas é preciso organização, pois, afinal, não vamos esquecer que aquele local é atrativo exatamente por ser uma região residencial. Apenas como ilustração, podemos ter uma limitação parecida com a que acontece em outras cidades. Por exemplo: música até 20h; sem música das 20h às 23h; e tudo fechado a partir das 23h. Afinal, seja você estudante, seja você trabalhador, você precisa dormir.

É preciso um grande investimento em organização. E esse investimento não será em vão: a cidade só vai reforçar a sua fama de Cidade Cultura.